Por vezes, sinto a solidão do Farol,
A voz do mar no seu alumiar,
Quantas vezes amaste o rubor do Sol,
Quantas vezes foste querendo ficar?
Sou como tu, alma que caminha no vento,
Um espírito temos, ópio de intensidade,
Um que agita este corpo, trapo, tormento,
Ânsia temos, vil desejo de gritar -liberdade!
Queria eu, dormir entre a água imaculada,
Para rogar, pedir clemência por um clarão,
Oh! Sol irmão, tira-me desta aura apagada,
Ateia, aquece a frieza do meu fraco coração.
Oh! Amigo Farol, alma minha, aliança,
Peco-te, ora comigo uma simples prece,
Traz no bolso uma chama de esperança,
Espanta-nos desta solidão que prevalece.